Acho que às vezes só precisava de um pouco de liberdade incondicional. Sabem do que falo? Falo de algo que parece toda a gente ter e não dar valor.
Dizem que tenho que seguir os meus ideais... mas como o posso fazer senão me deixam?
Nunca dei motivos, a ninguém, para que não me deixassem optar, para que não me deixassem seguir os caminhos que eu quero, que eu acho serem os melhores para mim. Quero apenas, por algum tempo, poder viver à minha maneira, como eu quero, como nunca me deixaram ver o mundo... de forma perfeita, sempre.
Adoro contemplar o que vejo à minha volta, e quem me conhece sabe que dou valor às mínimas coisas em que ninguém parece reparar: a luz, o frio, o calor, o sorriso de outrem, o escuro, a desorientação de alguém que parece ter ficado sem nenhuma saída... entre muitas coisas. Coisas que são lindas e que enchem a nossa procura de um caminho (supostamente) feliz, de magia, alguma curiosidade e, claro, determinação.
Tenho quase tudo, mas mais uma vez não me sinto completa. Eu sei esperar. Por quem me julgam? já tenho 17 anos... já sei bem o que é estar numa fila de infinita espera, sem saber bem o quero, talvez algo mais, algo que me surpreenda e que vá de encontro ao que eu "quero", algo indecifrável, misterioso, mas que sei que existe.
Não gosto quando pensam que não luto por aquilo que eu quero, porque se há coisa que sempre fiz por mim, e pelos outros, foi mentalizar-me que se desejo algo, tenho que lutar por ela, e não desistir. Mas ainda assim, parecem não acreditar, não sei bem porquê. Ou melhor, até sei... uma certa inveja de uma felicidade verdadeira e pura, como a minha. E não pensem que eu não sou feliz lá porque não me contento com o que tenho, porque isso sim, é sinal de felicidade... uma felicidade que nunca terá fim, por nunca se virá a tornar rotineira, igual, ou previsível.
Reflectindo, até gosto disto, é um desafio e eu nunca desisti de coisas que, à partida, não são fáceis. Mas porquê tornar isto algo árduo? Será divertido ver que, mais uma vez, vencerei e ficarei orgulhosa de observar que eu construo o meu caminho, não todo como gostava que fosse, mas sempre com a minha originalidade, com o meu carinho e acima de tudo com a minha forte personalidade e persistência.
O mundo não me pertence, mas eu pertenço ao mundo e sei que este, um dia, me vai dar a terra a possuir, e aí vou pintá-la de todas as cores que o vento tem.
Só peço um pouco mais de céu *