Esta nostalgia de um futuro que parece nunca mais vir tem invadido o meu ser. Já há algum tempo que me sinto um pouco sem jeito, sem saber bem o que pensar, o que procurar, mas certamente convicta de coisas que, de tão previsíveis que pareciam, tiravam todo o brilho, toda a magia característica envolvente da minha vida.
Talvez, hoje, nem tudo tenha ainda sentido, ou uma lógica, mas não me parece tudo tão estranho, tão despropositado ou tardio. Aprendo a cada dia que esta espera infinita faz parte de toda uma vontade individual de querer ser melhor, talvez 'a' melhor. Não me importa saber o quão dificíl será chegar à vitória deste desafio, importa-me antes saber que ficarei conhecida pela minha superioridade, pela minha sinceridade, e pela forma como de forma tão simples encho tudo e todos de alegria, com a minha vontade, a minha autêntica essência genuína.
Não seria entendido por todos, este desespero positivo de não ter tudo como garantido, ou certo, ou automático. Gosto de saber que tenho que lutar por aquilo que quero. Gosto ainda mais de testemunhar que sou bem sucedida, constantemente, e que, quando não sou, algo transcendente me o impediu.
É gratificante. E não conseguem imaginar, nem um bocadinho o quão arrepiante é saber que, da maneira como eu faço, mais ninguem atinge nada, de forma nenhuma, nem com todos os esforços.
Digamos que aquela recompensa do quão eu tão precisava não passa de isso mesmo. De o facto de eu saber que sou única e que jamais alguém conseguirá aquilo que eu tenho, este tesouro, este mundo que me envolve, que me embala ao som de uma melodia com vários ritmos.
Já quis muita coisa, ainda que já tivesse tudo, e agora percebo que devo continuar à procura de algo, ainda que não tenha uma forma palpável. Sinto que me falta um pouco mais de espírito, ainda mais. Vivo constantemente com sede de um pouco mais de mim. Um pouco mais de certeza, um pouco mais de assertividade, um pouco mais de adrenalina, um pouco mais de risco, um pouco mais de raro, um pouco mais de lua, um pouco mais de estrela, um pouco mais de céu. Sinto-me viva.
Encontro-me num caminho com várias opções, mas todas convergentes, e isso chega-me. Basta-me para acreditar que, seja qual for a minha decisão, que optarei por aquilo que baterá certo, talvez não no momento oportuno, mas talvez quando eu mais precisarei de certezas. Quero viver o agora, pensar no momento e praticar o acreditar.
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