Ontem senti o que é estar preso a uma não vontade. Senti que nem sempre o querer vence o medo. Senti que o receio de falhar, de não ser perfeita à primeira , me podia prender a um estado de ansiedade, de dúvida, de receio. Custa acreditar que naqueles poucos segundos em que me tentei expor a algo tão simples como soltar-me me senti amedrontada, com desejo de prosseguir e de desistir ao mesmo tempo, ainda que ainda nem tivesse tentado nada. Vi-me dominada por uma força de nervos, por lágrimas a querer correr-me a cara, e por um corpo que nada mais fazia do que tremer. Falhou-me a voz. O que mais temia, naquele momento fugaz, que rápido se transformou num desejo de desistência, aconteceu. Petrefiquei. Naqueles segundos rápidos, percebi o que é agirmos sem querermos agir; falharmos sem querermos falhar; desistirmos sem querermos desistir. Foi o momento em que mais temi enfrentar a verdade. Em que tinha vergonha de me assumir a mim mesma como um ser que havia falhado e que, tudo o que queria, era desaparecer, apenas fugir, ocultar-me dali, ficar invisível, e cair no esquecimento de tão breves instantes.
Estava a sentir a adrenalina a percorrer o meu corpo, aquela vontade mais que gigante de assumir ter conquistado uma vitória tão minha, de ter dominado o meu próprio medo.
Acho que não consiguirei perceber o que aconteceu, o que fez com que eu mudasse de determinação. Talvez tenha sido o aviso de que ainda não estava preparada para enfrentar o meu maior medo. Talvez ainda me faltasse um pouco mais de eu, um pouco mais de força, um pouco mais de certeza, um pouco mais de tudo aquilo que já não tinha à muito tempo, e que, por momentos, pensei que me vinha ser retribuído.
Aconteceu tudo ao contrário, e não hei-de esquecer aquele verdadeiro nó na garganta a imperdir-me de viver. Acho que finalmente percebi que nem sempre o 'querer' chega. Faltava muito mais, faltava-me o acreditar.
Não desistirei, não desistirei *
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