E acabou.
Foi uma semana que custou a passar mas que ao mesmo tempo passou a correr.
Olhando agora para trás acho que só queria voltar a viver vertos momentos. Momentos estes que, como qualquer experiência nova, me fizeram crescer como mulher, como amiga, como pessoa, como ser humano, como alguém... Alguém que venceu medos. Enfrentou desafios. E superou obstáculos.
Sim, sofri uma alteração. E sinto-me orgulhosa daquilo que conquistei! Sou uma pessoa mudada e alegro-me disso. Não diria mudada, mas melhorada.
Aliei ao que já era antes, aquilo que aprendi nesta aventura: 1001 coisas e mais alguma.
Aprendi a valorizar. Aprendi a dar valor a tudo. Até àquelas coisas que toda a gente passa ao lado. Aquilo que parece garantido, imutável e normal.
Consegui perceber a tempo que nada é garantido e que não devemos pensar que tudo está disponível quando queremos, onde queremos e como queremos.
um copo de àgua; uma sanita; um chuveiro com àgua quente; uma sopa; uma peça de fruta; uma banco; o silêncio; entre outras coisas que aprendi a dar valor. Como é possível que de um dia para o outro tudo deixe de ser meu e passe a ter que ser dividido por mais milhões de pessoas? Aprendi assim a dar valor àquilo que não é meu e que pertence a toda a gente, como a dignidade, o respeito, a humanidade e a solidariedade. Sim. O mundo não sou eu. Aprendi que nem tudo gira à minha volta e que tenho que lutar por aquilo que quero realmente. Deixar de ser egoísta e partilhar foi uma das minhas vitórias e como sabe bem saber que dei um pouco de mim a quem não conheço mas faz parte de mim.
Encontrei-me / Perdi-me / e voltei-me a encontrar. Sou uma guerreira, uma lutadora que não desistiu. Sobrevivi, e por mais incrível que pareça, aprendi a viver. Deixei apenas de existir e passei a contemplar (ainda mais) aquilo que me têm para oferecer, como o céu, o mar, o sabor, o cheiro, as vozes, os toques e os segundos.
Apesar de tudo isto, de todos estes prémios que fazem de mim quem sou, há algo que acho que conquistei pela primeiro vez, algo que não está à mercê de qualquer pessoa. É preciso acreditar, sentir e acima de tudo, ter alma e carácter, e nenhuma vergonha.
Não escondo que tenho as minhas dúvidas, as minhas incertezas e as minhas desilusões neste mundo de mentiras e maldades, mas durante a última semana, acho que aprendi aquilo que é a fé!
Não, não se trata de algo que consiste em acreditar em milagres e coisas que a ciência não consegue explicar... É muito mais que isso. A fé é a força que move multidões, que multiplica sorrisos, que divide os males e que consegue transformar a maldade em actos bons, em actos puros, em actos verdadeiros.
E que venha a 1a pessoa dizer-me que não tem fé ou que esta não existe. Toda a gente a tem. Mais ou menos escondida, mas tem-na dentro de si. Estamos todos envolvidos nesta "coisa" inexplicável, nisto que parece criar incertezas, nisto que não parece certo, nisto que parece estranho, mas existe, e chega-me para acreditar que estou no caminho certo.
Atinji o meu objectivo. Encontrar-me. E como podia conseguir isso sem fé, sem acreditar, sem esforço, sem a magia difícil que envolveu todos estes últimos dias?
Não pensei que conseguisse, mas a verdade é que me superei e trouxe comigo, para Portugal, tudo aquilo que me permite ser feliz e completa: amizade, amor e certezas incertas.
JMJ 2011 sempre *
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