Não consigo negar que já me magoas-te, no passado. Fizeste com que me apercebesse de várias falhas minhas e talvez sejas o principal responsável de, ultimamente, andar a sofrer uma transformação. Não gosto que me tenhas dominado de alguma forma e de me teres feito sentir uma autêntica criança. Apercebi-me através de várias observações de ti que não tinhas como intenção magoar-me nem mesmo deitar-me abaixo. Pelas tuas atitudes soube que, no meu ponto de vista, vias algum potencial em mim e que, corrigindo alguns defeitos ou até actos involuntários, poderia ser uma pessoa bastante mais interessante e, quem sabe, uma potencial amiga, alguém com quem terias gosto em estar.
Jamais esquecerei aquele teu riso cínico quando disse "é o que um amigo faria..." que me fez sentir 1001 coisas num só segundo. Senti medo, senti raiva, senti tristeza, um profundo desamparado e também uma enorme incompreensão por não conseguir entender o que para ti seria tão ridículo. Ao fim de muito, muito pensar - como me tens ensinado, e bem - reconheci naquele teu gesto um enorme ensinamento que me fez ganhar vontade de conquistar algo, ultrapassar e actualizar os meus ideais e ainda assumir que nem tudo se constrói assim tão rápido, assim tão facilmente, assim com tão pouco. Percebi que tinha de dar mais, que tinha de atingir um patamar muito mais elevado... mas o desafio pareceu-me bem e estou grata por teres proporcionado esta aventura da conquista da verdadeira mulher que há em mim. Não quero com isto dizer que esta viagem tenha chegado ao fim, até porque ainda tenho muito para descobrir, muito para melhorar e muito para conhecer de mim mesma... Contudo, sei que sou hoje uma "criança" bem mais madura e venero o facto de que tudo parece mais aliciante e verdadeiramente especial. Consigo dar mais valor às situações, avaliá-las melhor, retirar não só o bom das mesmas, mas também aquilo que poderá constituir uma lição (nunca um erro)!
Talvez hoje, e pela primeira vez à muito tempo, reconheça que sinto orgulho em mim por sentir que, de um certo modo, estou a corresponder às minhas expectativas, mas também às tuas, ainda que neste momento possas estar a pensar: "será que as tenho?". Whatever. Adoro pensar que continuo um desafio para ti, e é com a maior das satisfações que afirmo que tens muito valor para mim pois, em tão pouco tempo, já me mostraste muitos, mas muitos mundos, cada um com a sua característica única, cada um com a sua forma de ver, pensar, agir e reflectir.
Outro aspecto que talvez me faça querer tanto conquistar um lugar nesta "aspirante relação" é sentir que também te dou muito de mim com a minha forma de ver as coisas, tão diferente da tua. Ainda que não o reveles (e talvez nem o sintas), penso que sou uma "criança" diferente daquela que conheceste à semanas atrás e talvez isso te force a achar que valo a pena o esforço. Posso continuar a mesma Joana de sempre, desastrada, impulsiva, espontânea, descuidada e infantil, mas a verdade é que ambos sabemos que já cresci um pouco e que me esforço, sem dúvida, para retirar de cada palavra tua um conselho de pessoa mais velha que, por muito estranho que possa parecer, já não me soa tão mal como há uns tempos atrás.
Talvez importe salientar que gosto deste papel de aprendiz. Contudo, também espero conseguir provar-te que também tenho muito para te dar a conhecer, nomeadamente, um enorme desconhecido de vida que poderás percepcionar ao longo do tempo em que me fores conhecendo melhor. Se há coisa que aprendi é que sou mesmo a irmã do sonho e dás-me certezas que esta minha forma de encarar as coisas poderá ser-te positiva e útil quando quiseres ultrapassar os teus limites. Sei que te custa aceitar que nem tudo tem uma explicação, mas desta vez, tenta apenas ler o que escrevo e não pensar demasiado nas palavras. Mereço isso, mais não seja pela inúmeras vezes em que tive de me conformar que tinhas razão! (:
Talvez um obrigada não chegue nem represente o quão agradecida estou por teres entrado neste desafio comigo... Só peço que o leves até ao fim e que não me retires esta oportunidade de melhorar quem sou.
Jamais terás noção do quão já me fizeste crescer *
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